A sua mão ainda está a me guiar e proteger!

 Autor: Carlos Joel Fortes de Lima

Há muito tempo atrás, lá pelos anos de 1976, quando eu estava cursando o Ensino Médio, comecei a dar aulas em uma escolinha rural a 2 km de onde eu morava, no interior, chamado Campo dos Fortes.
Eu estudava à noite em Palmeira das Missões no Colégio Estadual Três Mártires e dava aula pela manhã.
Éramos três irmãos e morávamos no interirior: o Dalton, o Ildo e eu. Eles trabalhavam na roça a uns 5 Km dali onde ficava a nosa casa.
Na parte da tarde, me sentia um pouco solitário, então eu pegava a espingarda e saía pela mata a caçar. Naquela época havia bastante mata, mas a caça era muito pouca. A gente saía mais para se distrair, mas sempre havia aquela emoção de estar com uma arma de fogo e dar tiros. Mas a maior emoção, quando o coração da gente batia mais forte, era quando a caça era abatida, o que normalmente era uma pomba ou nambu (uma ave típica daqui, parecida com uma galinha pequena).
Certo dia eu saí para caçar, pois não agüentava mais a vontade de usar uma espingarda de calibre 12 que era de meu avô e que meu irmão tinha mandado arrumar. Essa espingarda tinha ficado muito tempo sem ser usada e aquele dia eu estava muito eufórico para dar meu primeiro tiro com ela.
Depois de dar uma caminhada pela mata, encontrei um nambu. Meu coração pulava no peito, coloquei na mira e quando ia puxar o gatilho o nambu voou.
Saí desesperadamente atrás da ave e por felicidade achei-a novamente. Então, quando ia puxar o gatilho, ele novamente voou. Corri outra vez atrás dele e quando ia puxar o gatilho, ele novamente voou. Então eu pensei que aquele não era meu dia de sorte.
Já estava ficando tarde, então decidi voltar para casa. Quando já estava perto de casa, olhei para cima, e lá na ponta de uma árvore, estava uma gralha azul, por sinal muito rara de se encontrar aqui em Dois Irmãos das Missões- RS. Encostei a espingarda numa árvore, coloquei na mira, engatilhei, e quando ia puxar o gatilho, escutei a voz da consciência que dizia: “Por que matar uma ave que não dá para comer, e que já está em extinção?”.
Decidi então dar um tiro em uma árvore. Engatilhei e quando ia puxar o gatilho, novamente ouvi aquela voz que dizia: “Por que gastar munição sem necessidade?”.
Em seguida, ouvi o barulho de uma carroça, era meus irmãos chegando da roça. Então fui para casa.
O meu irmão, o Ildo, falou que estava muito preocupado comigo. Ele tinha dado um tiro com um dos canos e notou que havia um problema com o outro, uma rosca estava frouxa, no ouvido da espingarda, aonde vai a espoleta. Só que ele havia esquecido de falar-me, e eu nem imaginava que aquele poderia ter sido o meu último dia de vida.
O meu irmão, o Dalton, falou para testarmos a espingarda. Ele colocou em cima do batente da janela do quarto, engatilhou, mas não teve coragem de puxar o gatilho.
O Ildo então disse: “deixe pra mim”. Eu fiquei do lado de fora da casa observando o que ia acontecer. Fiquei muito apreensivo, com medo que pudesse acontecer algo trágico com meu irmão, que por sinal é um grande amigo meu.
Então ele fez como meu irmão Dalton, colocou a espingarda sob o batente da janela, engatilhou, abaixou-se bem e puxou o gatilho. Ouvimos um grande estouro, um forte clarão saiu para trás e eu e o Dalton corremos para ver o que havia acontecido. O cão da espingarda esnucou-se para trás e aquela rosca de ferro que estava frouxa, aonde ia a espoleta na ponta para ocorrer à detonação, saltou, para onde não sabemos. Talvez para trás ou para cima.
Então pude perceber o real perigo que eu tinha passado. Se tivesse dado um tiro, eu teria morte instantânea. Ficaria no mato sozinho, e meus irmãos com certeza demorariam em me achar, já sem vida.
Eu aprendi, desde pequeno, que quando nascemos, Deus designa um anjo seu para nos acompanhar durante toda a nossa vida.
Às vezes entristecemos o nosso anjo da guarda, indo a lugares que eles não podem entrar conosco. Muitas vezes eles se se afastam tristes, porque escolhemos o caminho que leva à perdição.
O nosso anjo conhece o nosso nome, sabe aonde moramos, onde trabalhamos, conhece as nossas fraquezas e nossas virtudes. Até quando morrermos ele cuidará de nosso túmulo, e se formos fiéis a Deus, quando Jesus voltar a esta Terra, ele irá nos ressuscitar e dar as boas vindas, voando conosco para o Céu.
Por isso, sempre devemos pedir a Deus a presença de seu anjo, para nos acompanhar em todos os momentos de nossa vida.
No Salmo 91:9-11 encontramos essa maravilhosa promessa: “Você fez do Senhor Deus o seu protetor e, do Altíssimo, o seu defensor; por isso nenhum desastre lhe acontecerá, e a violência não chagará perto da sua casa. Deus mandará que os anjos dele cuidem de você para protegê-lo aonde quer que você for”.
Agora, eu tenho certeza, que o meu anjo da guarda, espantava o nambu, para que eu não conseguisse atirar, salvando minha vida.
Hoje, olhando para trás posso ver a mão de Deus a me guiar e proteger. E como está escrito em Salmos 25:12: “Aqueles que temem o Senhor aprenderão com ele o caminho que devem seguir”.
Por isso, eu peço para Deus me mostrar o caminho que eu devo seguir e cumprir a missão que Ele tem para mim.
Obrigado Senhor por teres guiado-me até aqui. Coloco-me ao teu dispor para cumprires em mim a Sua vontade, até ao dia em que poderemos nos encontrar no dia mais importante da história, quando retornares aqui para nos levar para casa!

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